Eu já fui um grão de areia naquela praia esquecida
Já remei contra a maré no oceano da vida
Também pousei no sereno pela falta de guarida
Fui escravo de patrão
Fiz calo seco na mão por um prato de comida.
No caminho desta vida engoli muita poeira
De pessoas desonestas levei diversas rasteiras
Mas dei a volta por cima e firmei minha carreira
Cheguei no topo primeiro
E a turma de trapaceiros deixei todos na rabeira.
Hoje eu vivo folgado tenho alguém que me censura
A viola me deu conforto e eu deixei a vida dura
Quem desfazia de mim quando eu tava na pendura
Hoje ele está sem graça
Mas quando ele me vê me abraça com a maior cara dura.