Sou um simples operário
Que trabalha todo o dia
Sonhando com bom futuro
Sempre honrei a família
Sou casado há muitos anos
Tive apenas uma filha
Cada ano que passava
Via como ela crescia
Orgulhoso por ser pai
Tinha ciúmes demais
Não descuidava jamais
Até mais do que devia
Quando ela já estava moça
Em plena flor da idade
Se apaixonou por um moço
Pra minha infelicidade
Juraram amor eterno
Contra a minha vontade
Meu ciúmes possessivo
Foi minha perversidade
Não dei meu consentimento
Nem pensei no sofrimento
Que eu causei no momento
Negando amor de verdade
Nem mesmo eu permitir
Resolveram se casar
Magoado então decidi
Que não ia perdoar
Com ódio eu resolvi
Para sempre me afastar
Mas a força do destino
Fez minha vida mudar
Um acidente sofri
E muito sangue perdi
A morte de perto eu vi
No hospital fui acordar
Quando abri os meus olhos
Com aparelho respirando
Olhei pro lado e vi
Meu genro sangue doando
Disse assim, eu te perdoo
Não estou te condenando
Por ter rejeitado amor
Que o fruto está de dando
Seu sangue é o mesmo que o meu
O amor da sua filha e eu
Sua neta há tempos nasceu
Pelo avô está perguntando
Todo mundo erra um dia
Nem sempre temos razão
O orgulho foi quebrado
Já faz parte do passado
Restou somente a lição